terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Desunido, turismo de eventos começa o ano com o mesmo chororô

O ano mal começou e as velhas queixas do setor de turismo de eventos em Goiás recomeçaram. O Convention Bureau de Goiânia não funciona — mas quem reclama é incapaz de articular uma oposição. A capital perde eventos todos os dias. O aeroporto continua a mesma porcaria. Empresas de secretaria, receptivo e montadoras têm de correr para outros Estados. 

No Brasil somos acostumados a brigar no dia a dia contra a insensibilidade dos governos, contra a concorrência desleal e contra a insegurança sobre o amanhã. Neste quadro, vale perguntar: qual a diferença entre as dificuldades da crise atual e as dificuldades que vencemos cotidianamente? Nenhuma. A palavra crise pressupõe que as pessoas terão uma época pior do que a que passou. Mas quando a época esteve boa para o Brasil, para Goiás e para Goiânia em especial, no setor de eventos empresariais (com certeza, somente na bolha dos anos 90, quando recebemos congressos médicos nacionais)? Quando não tivemos dificuldades materiais, financeiras, tributárias? Quando o governo federal, por exemplo, facilitou as nossas vidas?

Nós, brasileiros, vivendo em um Estado dito periférico, somos especialistas em crise. Nela entramos desde o nosso primeiro como profissionais e dela nunca saímos. Quem for lembrar de época difícil pode escrever uma biblioteca: ditadura militar, Plano Cruzado, Cruzado II, Plano Collor, Plano Verão, Plano Bresser, crise da Rússia, crise do México, atentado ao World Trade Center, crise das hipotecas... 
Assim, em uma cidade nova, de um Estado bebê e um país criança, temos tudo para avançar com ou sem crise. Sem falar que o brasileiro é um lutador nato e “não desiste nunca”, como bem dizia uma campanha publicitária. Afinal, somos o peixe e a crise é o mar no qual respiramos.

Os problemas do trade de turismo são internos. Nos falta união, planejamento e articulação dos diversos segmentos da cadeia produtiva. Nos falta ainda sermos mais abertos, pensando primeiro no mercado e não em nossas empresas. Entidade e governo não são balcão de negócio. É muito melhor atuar em um mercado unido e forte do que disputar as migalhas da desunião e do descompromisso.

Iúri Rincon Godinho

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