segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Raios-X, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética auxiliam na detecção da causa de lombalgia

Lombalgia pode ter origem mecânica, degenerativa, congênita, neoplásica, infecciosa, metabólica ou funcional. O ideal é identificar a causa para que o tratamento seja o mais adequado, diz o radiologista Renato Daher

A dor lombar ou lombalgia constitui uma causa frequente de morbidade e incapacidade, perdendo apenas para a dor de cabeça na escala dos distúrbios dolorosos que afetam o homem moderno. Quem informa é o radiologista Renato Daher, especialista em Radiologia Músculo Esquelética, que acrescenta: “No entanto, quando o atendimento primário ocorre por médicos não-especialistas, para apenas 15% das lombalgias e lombociatalgias se encontra uma causa específica”.
Segundo ele, isto ocorre por várias razões, dentre as quais pelo fato do segmento lombar ser composto por uma difusa e entrelaçada rede de nervos, tornando difícil determinar com precisão o local de origem da dor e ainda pelo fato das contraturas musculares, frequentes e dolorosas, não se acompanharem de lesão histológica demonstrável.

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Renato Daher diz que o raio X simples é o exame inicial na avaliação por imagem da lombalgia, tendo em vista a grande disponibilidade do método, baixo custo e boa capacidade de avaliação das estruturas ósseas. Já a tomografia computadorizada e a ressonância magnética têm indicação naquelas lombalgias agudas que tenham evolução atípica e nas de evolução insatisfatória, cuja causa não foi determinada após seis semanas de tratamento clínico.

“A tomografia computadorizada é um método que permite boa avaliação dos desarranjos discais, das alterações degenerativas das faces intervertebrais e articulações zigapofisárias. Também avalia o canal vertebral, recessos laterais e forames intervertebrais. A sua boa resolução espacial permite melhor definição dos contornos ósseos”, esclarece. “A ressonância magnética é um método que não utiliza radiação ionizante e que possui amplo campo de visão. Permite boa avaliação dos desarranjos discais e das alterações degenerativas. É particularmente útil na análise do conteúdo do canal vertebral, incluindo cone medular, raízes da cauda equina e medula óssea”, enumera.

O radiologista explica ainda que a densitometria óssea não está indicada nas lombalgias como método de investigação inicial, podendo ser útil naqueles casos em que o RX simples mostra a presença de deformidade vertebral, do tipo colapso, ou osteopenia radiológica. Neste aspecto, o simples achado de perda de massa óssea, revelado por este exame, não indica que a osteoporose justifique a dor lombar.

TRATAMENTO
A lombalgia mecânica comum é habitualmente de tratamento medicamentoso, informa Renato Daher. “Se o problema é resistente e existe um evidente substrato clínico-patológico para essa evolução atípica, podem ser feitas infiltrações. O tratamento cirúrgico da hérnia discal está indicado nos casos com déficit neurológico grave agudo, com ou sem dor; na lombociatalgia hiperálgica e, nas outras de menor intensidade, apenas para os pacientes que não melhoram após 90 dias de adequado tratamento clínico. Na síndrome da cauda equina (alteração de esfíncter, potência sexual e paresia dos membros inferiores) a cirurgia está indicada em caráter emergencial, como também nas lombalgias infecciosas (espondiodiscites) com evolução desfavorável e deve ser sempre realizada por médico especialista”, orienta.

CAUSAS COMUNS
“A lombalgia idiopática, antigamente assim chamada, pois não se achava um substrato para sua causa, e que hoje é denominada de lombalgia mecânica comum é a forma de apresentação mais prevalente”, descreve o ortopedista. “Por outro lado, afecções localizadas neste segmento, em estruturas adjacentes ou mesmo à distância, de origens diversas, como congênitas, neoplásicas, inflamatórias, infecciosas, metabólicas, traumáticas, degenerativas e funcionais, podem provocar dor lombar e devem ser identificadas para que o tratamento possa ser o mais adequado possível”, complementa. Além disso a lombalgia pode ser desencadeada por causas psicossociais, obesidade, fumo, atividades profissionais, sedentarismo, maus hábitos posturais, síndromes depressivas, gravidez e trabalho repetitivo.

Revista Ortopedia em Goiás, novembro de 2011.


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