terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Diagnóstico e conduta no sofrimento fetal

A SGGO realizou, no dia 10 de dezembro de 2011, mais um módulo de seu programa de educação continuada. Dentro do tema Urgências Obstétricas, os palestrantes abordaram diagnóstico e conduta no sofrimento fetal, falando desde o anteparto, complicações no período expulsivo, período expulsivo prolongado e distócia de ombro. Um dos convidados para debater sobre o tema foi o médico paulista Tenilson Amaral Oliveira, confira.






Quais sintomas determinam o sofrimento fetal?
O sofrimento fetal pode ser agudo ou crônico. No sofrimento fetal crônico ocorre uma diminuição da quantidade de nutrientes e oxigênio que chegam até o feto. Nesse caso, ocorre retardo de crescimento intrauterino, que é a diminuição do crescimento fetal. Caso essa restrição do crescimento seja acentuada pode levar ao óbito fetal intraútero. Observamos no sofrimento fetal crônico uma diminuição da altura uterina e ao exame ultrassonográfico, o peso estimado do feto está abaixo do percentil 10 para a idade gestacional. O líquido amniótico costuma estar diminuído , assim como está alterado o exame de dopplervelocimetria, usado para avaliar a vitalidade fetal.
No caso de sofrimento fetal agudo, a paciente refere diminuição dos movimentos fetais quando a paciente não está em trabalho de parto. Os batimentos cardíacos fetais podem se alterar, com bradicardia ou taquicardia. Além disso, pode ocorrer eliminação de mecôneo pelo feto. O líquido amniótico, que é claro e transparente, torna-se esverdeado e espesso. A presença de mecôneo também ocorre na paciente em trabalho de parto. O exame de cardiotocografia, utilizado para avaliar a vitalidade fetal, mostrará padrões compatíveis com sofrimento fetal agudo: desacelerações tardias recorrentes, desacelerações variáveis recorrentes ou bradicardia. Às vezes é possível realizar a microanálise do sangue no couro cabeludo fetal, por meio do “scalp” fetal, que mostrará pH < 7,2.

Quais as causas?
Patologias maternas (hipertensão arterial, diabetes, colagenoses, sífilis, etc..), gemelaridade, rotura prematura de membranas, descolamento prematuro de placenta, prolapso de cordão, gestação prolongada, parto prolongado e distócias do trabalho de parto.

Quais os meios diagnósticos?
Cardiotocografia, ultrassonografia com doppler, “scalp fetal” e oximetria fetal de pulso.

O que o médico deve fazer nesses casos?

Avaliação dos riscos e benefícios da interrupção imediata da gravidez. Diante do sofrimento fetal crônico, considerar a chance de sobrevida e sequelas de acordo com a idade gestacional e o peso de nascimento. Diante do sofrimento fetal agudo, está indicada a interrupção da gravidez, escolhendo a via de parto mais adequada e rápida: cesárea ou parto vaginal.

Que sequelas o sofrimento fetal pode causar se o médico não interferir a tempo?

Óbito fetal ou neonatal. Além disso, sequelas como as encefalopatias hipoxico-isquêmicas, que podem levar a distúrbios neurológicos, com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor de graus variados.


Revista da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário