segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Coração de mulher

As doenças cardiovasculares manifestam-se de formas diferentes em homens e mulheres e, por isso, o manuseio clínico e tratamento devem ser diferenciados

Por Valéria Tatyane de Rezende,
Cardiologista - CRCRM-GO 5544


As recentes conquistas das mulheres nos últimos anos foram inúmeras, porém o preço a se pagar por essas conquistas pode ser elevado. Apesar do declinio da mortalidade nas últimas décadas, a doença cardiovascular ainda continua sendo a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo.

A doença cardiovascular na mulher apresenta-se de forma diferente se comparada ao sexo masculino; o que funciona no manuseio clínico do último pode não funcionar na mulher. Homens (XY) e mulheres (XY) diferem, e sua carga genética e a influência desse cromossomo afeta desde as expressões das doenças até as características psicossociais e comportamentais.

Os fatores de risco tradicionais, como hipertensão, síndrome metabólica, diabetes e obesidade, são mais comuns nas mulheres pós-menopausa. O sexo feminino sofre influência de varições hormonais por mais tempo, levando a alterações mais graves quando comparadas a do sexo masculino.

Nas mulheres, em 60% dos casos, há manifestação inicial da doença coronária, o infarto agudo do miocárdio e a morte súbita. As consequências da doença cardiovascular são piores no sexo feminino. Os sinais cardíacos são menos específicos nas mulheres, podendo passar como sintomas gripais, secundários a ansiedade ou desconforto vago. Mulheres tendem a ser mais sedentárias, tem maior dificuldade para perda de peso e maior dificuldade para largar o vicio do tabagismo.

Acredito que há maior necessidade de diferenciar o manuseio clínico entre homens e mulheres. Portanto mulheres, estejamos atentas aos sinais do nosso coração.

Informativo Via Médica, novembro de 2011.

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