A litíase renal (pedra nos rins), que é causada por vários fatores, como a super saturação urinária, a diminuição dos inibidores urinários, a herança genética, e a impossibilidade de eliminação de uma pedra que teria descido dos rins, foi o ponto de partida para uma pesquisa realizada no Hospital Samaritano.
O estudo dos médicos urologistas Daniel R. Magalhães, Elio Arão Júnior e Wilson Lázaro mostrou os primeiros resultados do método de tratamento Nefrolitotripsia Percutânea em Decúbito Dorsal Total (NPC) realizado no Serviço de Urologia do Hospital. “Concluimos que o tratamento é seguro e eficaz, podendo ser usado na maioria dos pacientes.”
Esta é uma técnica com várias décadas de existência e indicações bem definidas no tratamento da litíase renal. De acordo com os especialistas, a história do acesso renal percutâneo começou com Goodwin, em 1955. “E desde que Fernstrom & Johansson realizaram a primeira NPC em 1976, este método minimamente invasivo vem substituindo a cirurgia aberta”.
A NPC está indicada em todos os casos de falha de tratamento pela litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC), ou com contraindicações para este procedimento, explicam. “Além destes, tem indicação primária de NPC os grandes cálculos de cistina, cálculos coraliformes parciais e totais, cálculos piélicos maiores que 20 mm, calicinais inferiores maiores que 20 mm e cálculos complexos. E algumas alterações anatômicas podem, por meio da NPC, ser tratadas de forma conjunta, em um só tempo”.
De acordo com os urologistas, classicamente a NPC é realizada com acesso renal posterior, com o paciente em posição prona (decúbito ventral). Já o acesso renal lateral, com o paciente em posição supina (decúbito dorsal), proposto por Valdivia-Uria — tema do estudo no Samaritano, sugere uma série de vantagens. Na lista estão posicionamento mais fácil, maior conforto e ergonomia para o paciente e para o cirurgião, possibilidade de acesso simultâneo para NPC e procedimentos via trans-ureteroscópicos, melhor drenagem pela bainha de Amplatz e melhor controle da via aérea.
Mas, segundo os médicos, mesmo com essas vantagens da NPC em decúbito dorsal, a técnica é pouco utilizada pelos urologistas, por desconhecimento ou falta de treinamento.
No Samaritano eles realizaram as primeiras NPC com variação da técnica de Valdivia-Uria entre junho e outubro de 2010. Foram tratadas 30 unidades renais em pacientes portadores de litíase, de ambos os sexos, sendo 29 radiopacos e um radiotransparente. Nenhum paciente necessitou de hemotransfusão, e o tempo cirúrgico variou de 40 a 165 minutos, com média de 78 minutos. “Também não houve intercorrência hemorrágica, lesão de órgãos adjacentes, febre ou sepse urinária no pós-operatório, em nenhum caso”.
Informativo Samaritano, D&D, Fevereiro de 2011
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