Primeira bebê de proveta do Brasil e da América Latina, a publicitária paranaense Anna Paula Caldeira, 26 anos, convidada do XXIV Congresso Brasileiro de Reprodução Humana, realizado em Goiânia, conta que a exposição à mídia é um fato corriqueiro em sua vida. “Desde sempre tinha alguém querendo saber como eu estava e se o meu crescimento estava dentro dos parâmetros considerados normais”, explica. “Me expor é uma maneira de vender um sonho e uma esperança para milhares de mulheres que não podem ter um filho pelos meios naturais”, completa.
Os pais de Anna Paula precisaram recorrer à fertilização in vitro porque no nascimento do quinto filho sua mãe, Ilza Caldeira, teve uma peritonite pós-parto e foi necessário retirar as trompas. Tendo casado-se pela segunda vez com um urologista, que sabia de algumas pesquisas que estavam sendo feitas sobre fertilização in vitro, eles procuraram o tratamento com Milton Nakamura, médico falecido em 1997.
De acordo com ela, a mãe foi a única entre as cinco mulheres que estavam fazendo o tratamento na época que conseguiu engravidar. “Os médicos consideravam que ela não era a candidata ideal para ter sucesso no tratamento. Temos certeza que o psicológico contou bastante, porque ela dizia que só sairia de lá grávida”.
Nascida apenas seis anos depois de Louise Joy Brown, primeiro bebê de proveta no mundo, graças à técnica desenvolvida pelo Nobel da Medicina 2010 Robert Geoffrey Edwards, a publicitária conheceu a britânica em 2008. “Nos encontramos em um evento ligado às comemorações dos 30 anos de pesquisa em reprodução humana aqui no Brasil” relembra Anna Paula.
Jornal da SBRH, fevereiro de 2011
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