segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Com novos papéis, mulher muda até as consultas nos pediatras

Com o espaço alcançado pela mulher no mercado de trabalho, o cuidado com os filhos passa a ser dividido com o homem e, em alguns casos, o pai fica em casa e a mãe sai para trabalhar. A divisão e/ou inversão entre pais e mães são percebidos inclusive em consultórios médicos, clínicas e hospitais.
Segundo o pediatra, presidente da SGP Roque Gomide, em muitas consultas as crianças estão sendo acompanhadas pela figura masculina. “A mãe não abre mais mão do trabalho, ela divide suas funções com marido”, conta. O médico diz ainda que existem famílias que contam com o apoio de avós, tias ou contratam babás, pois tanto pai como mãe não podem interromper sua rotina externa.

De acordo com o pediatra, não existe no Brasil nenhum levantamento científico que comprove alterações na conduta dos filhos com a troca dos papéis. Porém, Roque Gomide diz que em hospitais é possível observar que, em casos de internação, a presença da mãe é indispensável. “Para o filho a mãe significa carinho e afetividade”, diz o pediatra.

Para ele, o especialista em pediatria deve estar preparado para receber todo tipo de família. “O médico tem que ser capaz de atender e orientar as várias formas de constituição familiar. Os fenômenos sociais estão acontecendo, nós temos que acompanhá-los e nos preparar”, declarou o pediatra, ressaltando que existem as ainda as formações com mães e pais solteiros, pais separados e a união — e provável adoção — de casais homoafetivos.

Roque Gomide sugere que os pediatras promovam discussões sobre o assunto, por meio de mesas redondas e seminários, para refletirem e trocarem experiências. O médico vê ainda a necessidade de trazer para a pediatria ajuda de psicólogos, psicopedagógos e sociólogos para um trabalho mais aprofundado.

Jornal da Sociedade Goiana de Pediatria, dezembro de 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário